terça-feira, 30 de maio de 2023

Intolerância religiosa no Brasil e racismo religioso: um problema crônico

   A intolerância religiosa e o racismo religioso existem desde os tempos coloniais onde a escravidão de negros africanos e a marginalização de suas culturas era comum. Quase todos os dias em nosso país nos deparamos com casos de intolerância religiosa, a maioria envolvendo religiões de matriz africana como a umbanda e o candomblé.

 O objetivo dessa postagem é refletir como esse tema afeta a vida de muitas pessoas e alertar sobre a importância de combatermos esse problema. Buscarei nos seguintes tópicos esclarecer o tema utilizando relatos de vítimas e manifestações contra intolerância religiosa para todos compreenderem, também utilizarei divulgações de campanhas e estatísticas como forma de manter a fidelidade do assunto.





 
O Brasil é um estado oficialmente laico, ou seja, não adota nenhuma religião como oficial, além disso a Constituição Brasileira prevê liberdade na crença religiosa a todos os cidadãos assim afirmando a pluralidade religiosa em nosso país, no entanto a realidade mostra-se completamente diferente com as religiões marginalizadas.


 Em um levantamento feito pelo G1 aproximadamente 545 queixas por intolerância religiosa foram registrados até julho de 2022, nessa mesma matéria foi registrado o relato de Carolina Viegas, uma enfermeira de 35 anos e candomblecista que foi atingida por uma latinha de refrigerante enquanto caminhava até uma parada de ônibus, o ato foi seguido de gritos pejorativos como 'macumbeira' e 'coisa do diabo'.



Intolerância religiosa nas escolas




 Intolerância religiosa no ambiente de trabalho

 Uma jovem de 17 anos denunciou um caso de intolerância religiosa durante uma entrevista de emprego, a garota foi questionada sobre sua religião pelo entrevistador que afirmou não querer contratar 'nenhum tipo de macumbeiro'

 "Eu estranhei a pergunta. Pensei que se referia a região e que talvez o corretor do empregador estivesse trocando as palavras. Então, perguntei se era religião e ele confirmou que sim".

 Apesar de não fazer parte da religião, ela afirmou que desistiu da vaga por ter achado um absurdo a declaração do mesmo. Após o ocorrido, a jovem divulgou prints da conversa em suas redes sociais onde repercutiu entre os internautas, ela ainda disse que o entrevistador apagou as mensagens e não se desculpou.



(fonte:https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2022/11/25/jovem-denuncia-intolerancia-religiosa-em-entrevista-de-emprego-nao-quero-nenhum-tipo-de-macumbeiro.ghtml)

Intolerância religiosa contra terreiros

 Como se já não fosse o suficiente, muitos terreiros são vandalizados diariamente no Brasil inteiro, meliantes invadem casas de umbanda/candomblé para destruir imagens religiosas, interromper giras, furtar ou até pichar o lugar com frases preconceituosas.











Intolerância religiosa nas redes sociais


 A intolerância também está presente nas mídias sociais, desde grupos criados apenas para atacar pessoas de outras religiões como termos considerados ofensivos que são usados com frequência na terra sem lei da internet, há pessoas comparando orixás com demônios, relacionando as religiões de matriz africana com o satanismo, e etc...
(fonte:https://www.meioemensagem.com.br/midia/estudo-alerta-sobre-intolerancia-religiosa-nas-redes-sociais)



 No dia 21 de janeiro é comemorado o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, instituído e garantido pela Lei Federal nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007, logo após a morte de Mãe Gilda, que sofreu um infarto fulminante depois que um grupo de religiosos invadiu sua casa e terreiro. Essa data não apenas reverencia a Mãe Gilda como também cria uma reflexão em relação aos crescentes atos de intolerância religiosa que por muitas vezes passa despercebido tanto pela lei quanto por todos os brasileiros ou é tratada como "vitimização" por pessoas ignorantes em relação ao assunto, por esse exato motivo que a conscientização por meio de campanhas é extremamente importante para que possamos pôr um fim ao preconceito de uma vez.






Autor (a) : Alanis Vilhena 

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