domingo, 4 de junho de 2023

Desigualdade Social: As veredas que ainda existem no Brasil

Junto a constante evolução do mundo moderno, emerge, em proporções diretas a desigualdade social no Brasil, uma herança do período colonial, que teve como fator de desenvolvimento à influência ibérica, à escravidão e as  posses latifundiárias. Questões como o racismo, descriminação de gênero, alta tributação de impostos e o desequilíbrio da estrutura social, somente vão se atenuando a desigualdade brasileira.

Desigualdade econômica

Esta relacionada a má distribuição de renda em determinada região.

O Brasil não só continua sendo um dos países mais desiguais do mundo, como está piorando: em 2020, seguindo uma tendência mundial acelerada pela pandemia do novo coronavírus, a concentração de renda aumentou no país e, com isso, atingiu o pior nível em pelo menos duas décadas. É o que mostram números da edição de 2021 do relatório sobre riqueza global feito pelo banco Credit Suisse.

Em 2020, quase a metade da riqueza do país foi toda para a mão do 1% mais rico da população: 49,6%. Em 2019, eles detinham 46,9%. É também o pior nível de concentração de renda desde pelo menos 2000, de acordo com o relatório: naquele ano, o 1% mais rico era dono de 44,2% das riquezas no Brasil e, em 2010, esse número havia caído para 40,5%, a menor proporção registrada no período. Dali em diante, essa proporção voltaria a subir até chegar aos quase 50% do ano passado nas mãos do pequeno grupo que ocupa o topo.



Desigualdade de gênero

Ocorre quando há privilégios de um gênero em detrimento do outro. É um problema antigo ,porém que infelizmente ainda está arraigado na sociedade, devido ao patriarcalismo ,em que a mulher é excluída da participação efetiva nos espaços públicos.

Em 2019, conforme o Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupava a 92ª posição em um ranking que mede a igualdade entre homens e mulheres num universo de 153 países. As mulheres brasileiras estão sub- representadas na política, têm remuneração menor, sofrem mais assédio e estão mais vulneráveis ao desemprego. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o quinto país do mundo em número de feminicídios.

Conforme o IBGE, em 2017, as mulheres brasileiras ganhavam em média 24% menos que os homens e eram mais afetadas pelo desemprego (13.4%) do que os homens (10,5%). Quando as pesquisas são estratificadas entre mulheres brancas e negras, observa-se que entre estas a taxa de desemprego era ainda maior, 15,9% contra 10,6% entre as mulheres brancas.




Desigualdade Racial

Consiste em diferença de oportunidade e condições de vida em função da etnia, esta é resultado de processos políticos, históricos e sociais, pautado na crença de superioridade de alguma ‘’raça’’. No Brasil, um fato que contribuiu para o desenvolvimento da desigualdade foi a escravidão, muito difundida no período colonial.

O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo e a cor da pele é um elemento estruturante da diferença de grupos. A desigualdades racial é refletida em diferentes condições de educação, renda e emprego dessa população. Apesar de os negros serem cerca de 54% da população os índices socioeconômicos não são proporcionais em toda a população. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio(PNAD) do IGBE mostra essa disparidade entre vários aspectos.


O estudo de desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil mostra que a informalidade atinge mais pretos e pardos, como é a definição do IBGE, do que brancos.

Em 2021, a taxa de informais entre a população branca era de 32%; entre os pretos, de 43%; e entre os pardos, de 47%. Ao olhar o rendimento médio, a diferença é ainda maior. O dos trabalhadores brancos foi quase o dobro de pretos e pardos.

A pesquisa mostra também que as diferenças de renda. De todos os pretos e pardos brasileiros, cerca de 35% viviam com R$ 486, praticamente o dobro da proporção de brancos na linha da pobreza. A diferença se repete entre os que vivem na extrema pobreza. Os pretos e pardos são praticamente o dobro dos brancos.

Acesso à educação, às políticas públicas, ao mercado de trabalho. Quanto mais portas como essas se abrem, maiores são as oportunidades que a população negra tem de se mover dentro da estrutura da sociedade.

https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/11/11/estudo-do-ibge-mostra-o-tamanho-do-desafio-do-brasil-para-superar-a-desigualdade-racial.ghtml


População indígena é tratada de maneira precária no DF

Segundo estudo inédito da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), indígenas que vivem no Distrito Federal têm menor renda e menor nível educacional que o restante da população do DF. Os indígenas habitam o Planalto Central há pelo menos 8 mil anos. Mesmo assim, não existem terras indígenas demarcadas no DF. Isso dificulta tanto a coleta de dados quanto o atendimento à essa população.

Atualmente, segundo o estudo População indígena – Um primeiro olhar sobre o fenômeno do índio urbano na Área Metropolitana de Brasília, com base nos dados do Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 6.128 indígenas moram no DF, o equivalente a 0,24% dessa população no Brasil. Considerada a área do entorno do DF, em Goiás, esse número chega a 7.790. A maior parte vive na área urbana, 97%.

O estudo mostra que os indígenas têm renda inferior ao restante da população do DF. Mais da metade, 55%, declarou perceber, individualmente, mais de um a três salários mínimos mensais; 24,8% recebem até um salário mínimo. Apenas 4,7% desse grupo têm rendimento superior a cinco salários mínimos.




Desigualdade Regional

Diz respeito a desigualdades existentes entre regiões, estados ou cidades.

A Organização das Nações Unidas (ONU) classifica o Brasil entre os dez países mais desiguais do mundo, no que diz respeito às condições socioeconômicas. Ao mesmo tempo em que o país possui cidades e regiões bastante desenvolvidas como é o caso das regiões Sul e Sudeste, é possível encontrar outras que têm índices de desenvolvimento bem menores, como as regiões Norte e Nordeste.

Essas desigualdades vão muito além da renda das pessoas e passa por questões de acesso a saúde, saneamento básico, transporte e infraestrutura. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que leva em conta a qualidade de vida da população, demonstra que no Brasil, a Região Sudeste conta com a as melhores condições de vida, seguidas pela Região Centro-Oeste, Sul, Norte e Nordeste. Esta última concentra os piores indicadores relacionados à educação, saúde e renda.

A imagem abaixo mostra a desigualdade entre regiões do Brasil, segundo o Coeficiente de Gini, referente a desigualdade de renda.


Vídeos sobre desigualdade social no Brasil







Com base nos vídeos e nos dados apresentados acima, percebemos que no Brasil, infelizmente ainda existe muita desigualdade, seja de gênero, etnia, renda ou por região. Por isso precisamos trabalhar para um futuro melhor, em que não exista desigualdade. Para isso, no entanto, é preciso que haja o equilíbrio do sistema tributário; mais ofertas de trabalho, para todos, independentemente de quem seja; investimento em saúde e educação; enfrentar o racismo, desigualdade de gêneros; além de muitas outras coisas, entretanto como disse Oscar Wilde :‘‘O primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou nação’’.

Autor(a):Ericka Rayanny Silva da Silva.













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